De textos escritos para serem lidos e “representados” através do rádio, às narrativas mais complexas, romance e conto, O Visitante (1955) e Os Gestos (1957), Osman Lins (1924-l1978) dá início à sua inserção no espaço literário brasileiro, vinte e cinco anos depois da década que marcou grandes conquistas no cenário da inteligência e das Letras no Brasil. As duas obras iniciais antecederam sua mudança para São Paulo e conduziam, já, as raízes formais de uma escrita que se caracteriza por uma obstinada decisão de imprimir, à linguagem literária em Língua Portuguesa, as marcas do estilo e da escritura de um escritor e autor de ficções de perspectivas abertas para muitas frentes. As contingências da vida, seus medos, sua angústia, suas perguntas, seus mistérios, a ansiedade diante de um momento da História voltado para a desilusão e a incerteza são temas que ganham uma estilização raramente alcançada, como projeção da inteligência e da sensibilidade artística de um fazedor de ficções, para