Os retratos móveis e dessemelhantes que surgem a partir da escritura osmaniana são imagens de vida e de morte que movem nosso próprio olhar, nos confrontando com uma ausência, motor do desejo e do luto, produzindo deslocamentos e abrindo uma cisão que faz o visível voar em pedaços, nos colocando no limiar entre “ver” e “perder”, provocando uma crise de efeito crítico e criativo ao abrir uma porta para o vazio que nos olha. Como um pintor ou escultor, Osman Lins “joga com o fim” ao produzir imagens dialéticas e fulgurantes que nos espreitam como se também fôssemos imagens. Neste exercício de retratar com as palavras, recompondo rostos a partir de vestígios ou restos, o escritor abre passagens e procura despertar um olhar transformador da história, ao melhor estilo benjaminiano.
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